Shadows and Pandemic Practice

Sombras e a prática na pandemia

by Brenda Proudfoot

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No dia em que ficamos sabendo que não praticaríamos mais Zazen no Zendo, e em vez disso, sentaríamos em nossos quartos usando o zoom, as lágrimas vieram. Meu coração se partiu um pouco naquele dia. Praticar Zazen no belo Zendo daqui foi fundamental para minha decisão de vir morar no Zen Center. Adoro o Nobre Silêncio da manhã quando os residentes entram no Zendo e encontram o seu assento. Adoro caminhar até o Buda Hall para as cerimônias e as maneira de entrar e sair do tatami. De repente, tudo mudou e eu sofri profundamente essa mudança. De repente, entendi de uma maneira nova como essas coisas são preciosas para mim.

Algumas semanas depois, comecei a fazer cerimônia no meu quarto. Não é o mesmo. No entanto, começou a adquirir sua própria beleza, uma beleza diferente daquela no Buda Hall com a comunidade. Não é um substituto, mas é uma maneira de sustentar a prática durante o Período de Prática (Practice Period ou Ango em japonês) da pandemia, um período de prática sem final definido. É uma perspectiva diferente.

Durante nosso primeiro mês de prática na pandemia, comecei a fotografar sombras, e Fotografar sombras tem sido um portal para todo um novo mundo de visão, uma perspectiva diferente.

Alguém pode acordar, ver o sol brilhando e pensar: “oh, que dia bonito”. Recentemente, quando acordo e vejo o sol brilhando, penso: “Oh, um bom dia para as sombras”.

Sombras mudam constantemente. Um momento está lá, o seguinte pode não estar, ou pode ter se movido ou alterado a intensidade e a forma, à medida que a fonte de luz muda. Na minha busca por sombras para fotografar, vejo de forma diferente. Percebo coisas que poderia nunca ter visto quando estou caminhando na mesma rua ou morando no mesmo prédio.

Eu sou intrigada, como um boa aluna budista, pela forma e pelo vazio. Sombras parecem ser forma, mas não são. Eles são luz que foi bloqueada pela forma. Quando a luz se apaga, elas deixam de existir. Elas estão vazios. Elas se movem ao vento. Elas mudam dependendo da superfície atrás delas.

Experimentalmente, fotografar – e, portanto, perceber e pensar nas sombras – me abre para uma mudança com um espírito mais leve. O confinamento (shelter in place) não é um momento fácil. É muita incerteza. Pode se sentir isolado de viver em uma comunidade mantendo o distanciamento social. Comer em silêncio durante as refeições no refeitório e usar máscaras o tempo todo é difícil. Praticar juntos através do zoom ajuda a diminuir o isolamento e continua a ser estranho. Emoções de luto, tristeza, resistência e medo podem surgir inesperadamente, juntamente com momentos de riso e prazer em algo que alguém faz ou diz.

Como muitos de nossos professores articularam de diferentes maneiras, essa é a prática. Não consigo pensar em lugar melhor para estar durante essa pandemia do que o San Francisco Zen Center.

Sobre autora: Brenda Proudfoot ingressou na comunidade residencial do Zen Center em dezembro de 2019 como aprendiz de prática de trabalho (Work Practice Apprenticeship). Antes de vir para o San Zen Zen Center, ela passou três anos como residente e gerente de retiros no Tara Mandala, um centro tibetano no Colorado. Brenda foi a fundadora e proprietária do Valley Yoga, um estúdio de yoga no centro da Califórnia, por dezesseis anos. Durante esse tempo, sua mente de busca de caminhos a colocou no caminho budista. Ela pratica diariamente a meditação há vinte anos.

3 thoughts on “Shadows and Pandemic Practice

  1. ah! sol brilhando
    nenhuma nuvem no céu
    bom dia para sombras

    Nesse ela entregou o verso já!
    Posso compartilhar com uma foto no meu instagram?
    @_fubim

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