
Ananda, assistente de Buddha perguntou a ele:
“Mestre, é verdade o que foi dito, que bons amigos espirituais são toda a metade da vida sagrada?” e Buda responde “Não Ananda, bons amigos espirituais são a vida sagrada inteira. Encontre refúgio na comunidade, a Sanga.”
Nesses tempos de confinamentos e incertezas, estar com a Sanga, o grupo de praticantes, é como achar água no deserto, sentir conexão e troca. Uma imagem bonita é que uma pessoa praticando sozinha é como uma árvore que cresce isolada, sabe aquelas que ficam todas retorcidas, às vezes inclinada pra um lado, enquanto que a Sanga é como uma floresta que cresce junto e é mais forte por isso.
Com a quarentena, os praticantes aparecem na telinha do computador ou do celular, mas enchem a casa com a energia da prática. Eu participo de alguns grupos, mas que na verdade é uma só, é Sanga de Buda.
De terça e quinta às 7:30hr abro uma sala no zoom, a gente se senta ouvindo os passarinhos de Pirenópolis. Na quarta nesse horário tem Zazen e Cerimônia da manhã com a Sala Therigatha.
Com o Zen Center de São Francisco eu participo do Online Zendo às 10:30. Também participei do Período de Prática no qual estudamos o treinamento da mente para a compaixão, conhecido como Lojong, uma prática tradicional tibetana com série de 59 slogans para a treinar a mente.
Com a Sala Therigatha, todos os dias sentamos Zazen às 19hr e depois a Monja Waho Sensei lê um texto insirador, Tich Nat Han, Suzuki Roshi, Charlote Joko Beck. Mestres que iluminam a nossa prática com sua sabedoria e compaixão.
A Sanga também sonha junto, como é trazer para a ação o nosso voto do Bodisatva? Como podemos não fazer o mal, fazer o bem, fazer o bem a todos os seres? Com a Sala Therigatha, fizemos uma reunião para pensar ações, que a Monja Waho Sensei, chamou de “Tecendo o Grande Manto”, uma referência à pratica de costurar o manto de Buda quando as pessoas que fazem o compromisso de viver segundo os preceitos budistas, Rakusu para leigos e Okesa para monges. E para mim, me vem à cabeça a música dos Saltimbancos, autoria do Chico Buarque “ao meu lado há uma um amigo que é preciso proteger, todos juntos somos fortes não há nada prá temer! E no mundo dizem que são tantos, Saltimbancos como somos nós!”
E para você, como tem sido a sua prática com a quarentena?
Escreva nos comentários!
Uma fonte inesgotável, inexplicável e íntimo as vezes com o que ha de melhor em mim e muitas outras com o que a de pior. Muita raiva vem ao corpo e mente mas depois de alguns zazens apenas observo a pequenez e a grandeza desse sentimento.
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Deixo um renga de 3 haicais compostos sobre minha prática nessa quarentena e embalados pelo som do disco “sobre o silêncio” de Rogério Botter Maio Trio.
com prazer escuto
silencio entre as coisas
frágeis belezas
sinfonia de miudezas
com passos passam ao vento
nuvemovente
inspiro profundo
quão breve é a vida?
solto o ar…
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Que lindo Gustavo! Me deu vontade de aquarelar os seus haikais!
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Claro! Adoro trocas artísticas. O haicai tem muito esse espírito de compartilhamento. Costumo fazer trocas com fotos no Instagram, aquarela nunca tive.
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Quarantine is a little like the movie “Groundhog Day”, where Bill Murray has to live the same day over and over. But, since it is like that, I try to remember Suzuki Roshi’s saying: “If you loose the spirit of repetition, your practice will become very difficult.” So you have to set an intention to see the uniqueness of each moment, even though the outward appearance may be similar.
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Yes! I like this movie and definitely relates to the quarantine! And great saying from Suzuki Roshi!
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